Ser mineiro é dizer "uai", é ser diferente, é ter marca registrada, é ter história pra contar, é viver na cidade e manter os costumes da roça."
Recebi um telefonema de uma editora de jornalismo da Rede Globo, dizendo que uma conhecida minha havia lhe contado que a minha casa era uma típica morada de mineiros, de alma e jeitim das geraes. No sábado, convoquei a turma para lanchar mineiramente e enchi a mesa de quitandas e quitutes. Arroz doce com canela, mingau de milho verde, broa de fubá, rosca da rainha, pedaços de rapadura, sequilhos, rosquinhas e pão de queijo, geléia, milhim cozido goiabada e, como não podia deixar de ser, um bom queijo do Serro, bem fresquim. A Marlene chegou com o bolo de mandioca e a massa do biscoito de polvilho pra fritar no fogão a lenha, que é uma das suas grandes paixões. Catarina já foi cortando as bananas da terra, enchendo com a manteiga da roça, a canela e o açúcar. A Elen queria o Pedro Bial ou o Gianechinni... O bom repertório de piadas ficou por conta da Miriam e do Zé Alves. A Renata, com a tímidez que lhe é peculiar, resolveu bancar a babá da Isabela pra não ter de aparecer. Dois câmeras, uma editora e a jornalista Narriman Sible chegaram e começaram logo o trabalhar, a estudar os melhores ângulos, a luz, o texto... Escolheram as pessoas, pediram silêncio da galera e começaram as gravações. Era gravar e gravar de novo. Tornar a gravar e repetir. Isso levou a tarde inteira. Um café cenográfico foi para dentro de uma chaleira que pertenceu à minha avó, a carranca de Pirapora foi pra cima da pia, o Danilo falando mais entusiasmado que o William Bonner, a Marlene brigando com a fumaça e o fogo para conseguir fritar os maravilhosos biscoitos, a Miriam , o Jô e o Zé ameaçando contar piadas impróprias para a equipe da Globo, a Camila documentando tudo, o Rodrigo e a Cecília divertindo-se com a confusão... A toda hora alguém comia uma coisim. Nós, e eles também. A fome e o cheirinho do café desafiavam nossos sentidos. Não dava pra resistir.... Depois de muito grava e regrava, finalmente o trabalho terminou. Sentamos todos em volta da mesa, tomamos o café quentim e, aí sim, comemos tudo o que tínhamos direito. Arrumei uma matula pros rapazes que iam pra Caeté gravar o Minas ao Luar, despedimo-nos das moças e ainda ficamos jogando conversa fora até tarde. Só esquecemos do principal. Perguntar em que programa vamos nos tornar "estrelas globais".
Esse post vai para Miriam que tem o sonho de trabalhar na Malhação e, como talento não lhe falta, com perseverança e fé ela ainda chega lá.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
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