quarta-feira, 1 de agosto de 2012

BELÉM - VER-O-PESO, MANGAL DAS GARÇAS E POLO JOALHEIRO


" No que me diz respeito, não viajo para ir a  nenhum lugar. Viajo para ir. Viajo pelo prazer de viajar. A grande questão é o movimento."


Depois de tomarmos o café cinco estrelas, saímos rumo ao famoso Ver-o-Peso. O centro já estava com o trânsito bastante intenso. Os veículos pesados e motos deixavam tudo mais
confuso, sem falar na quantidade de pedestres andando em meio aos carros, sem a menor preocupação. Para estacionarmos lá dentro do Ver-o-Peso tivemos de aguardar um pouco em uma enorme fila de carros.
Finalmente começamos a percorrer as centenas de corredores entulhados de frutas, verduras, artesanato, raizeiros, pescadores, vendedores de roupas, calçados,  castanhas, temperos, feijão, farinhas e muito mais.

               A  mandioca  já vem raladinha pro bolo, assim como o coco fresquinho.
                 Nos pacotes, a maniva pré-cozida e na bacia a folha de mandioca crua já moída.
    Verdureiros oferecem a maniva moída, o tucupi, a mandioca ralada , a pimenta de cheiro e o jambu. O jambu deixa a língua dormente e é ingrediente do arroz paraense e do tacacá.
 O rico artesanato do Pará e o cheiro característico do capim cheiroso estão por todo o mercado.

 Pimentas de todas as cores e o tucupi, o uxi, as castanhas e todas as cores desse mercado.
 Amigas nas barracas de artesanato. A cerâmica Marajoara e a cestaria estãoem várias bancas do ver-o-Peso.
                        Camarão de todos os tamanhos, secos para para tacacá.
           Tucupi é o caldo da mandioca brava que é muito usado na culinária paraense.
 Os peixes secos, principalmente o pirarucu são largamente comercializados aqui.


           Esse é o famosos AVIÚ, micro camarão amazônico, de gosto forte e marcante.
                  Óleos e beberagens para todos os males, inclusive os do amor.

                              Este aí vende remédios até pra dor de chifre... 

 A Heddy encontra um conhecido ou amigo em cada lugar por onde passamos e, no Ver-o-Peso não foi diferente, encontrou uma grande amiga e entre risos e abraços, ficamos conhecendo uma pessoa muito especial. A Cida Vaz.Alguns barcos se abastecem, outros descarregam os produtos vindos das  ilhas próximas.

As vendedoras de suco e polpa de frutas da região, assentadas nas portas das barracas aguardam os fregueses que degustam os mais variados sucos, como o de cupuaçu, de taperebá, de graviola...
Os bares estão apinhados de gente comendo o peixe frito com farinha de piçarra (que é a farinha de mandioca grossa e bem dura) e a tradicional cuia  de acaí grosso. O Leo me recomendou que não deixasse de comer esse peixe, mas com tantas coisas exóticas para provar, o famoso peixe com açaí, do Ver-o-Peso vai mesmo ficar para a próxima vez.
Abacaxis e melancias ficam no chão, os descascadores de castanha trabalham sem parar e oferecem o produto com o melhor dos sorrisos.As raizeira, que vendem ervas medicinais têm uma conversa muito interessante. Tem óleo disso, extrato daquilo, elixir de não sei o que. Remédios que curam tudo, aumentam a virilidade do homem e melhoram a libido feminina. O óleo da bota é o mais procurado pelas mulheres. Deve-se passar no babadinho não há homem que resista, segundo a dona da banca.
O Ver-o-Peso é ponto turístico e cultural da cidade e é considerada a maior feira ao ar livre da América Latina.  Ele abastece a cidade com variados tipos de gêneros alimentícios e ervas medicinais do interior paraense, fornecidos principalmente por via fluvial  e foi candidato à uma das Sete Maravilhas do Brasil.Localizado na área da Cidade Velha, fica às margens da baía do Guajará. Foi construído em 1625 e ainda guarda características daquela época.

De lá fomos para o Mangal das Garças, que não é muito longe.


            AMIGOS HÁ QUARENTA ANOS SEMPRE TÊM MUITO O QUE CONVERSAR

 A COR FORTE DO GUARÁ FAZ PENSAR EM ALGO ARTIFICIAL. PARECEM ILUMINADOS.

 Comemos um arroz paraense, feito com  camarão, jambu e tucupi. O jambu é a erva que dá dormência ou tremor na língua, tão logo se come. Uma sensação singular. Um prato delicioso que, com a pimenta de cheiro curtida no tucupi, é o verdadeiro sabor do Pará.. 

 DO MIRANTE PUDEMOS OBSERVAR TODO O PARQUE MANGAL DAS GARÇAS.
           ESSA IGUANA E AS BORBOLETAS DO BORBOLETÁRIO NOS ENCANTARAM.

                TRÊS SENHORAS ABSOLUTAMENTE CANSADAS E MUITO FELIZES.



Mais uma grande área de Belém, revitalizada e entregue à população em 2005.  Um grande parque, onde espécies animais e vegetais da Amazônia estão expostas e que ainda conta com restaurantes, viveiros de aves, borboletário orquidário, mirante com elevador e banheiros muito bons. Toda UMA  infra-estrutura para encantar os visitantes. 


Passemos agora ao último programa dessa manhã. Vamos ao 
Polo Joalheiro ou Museu de Gemas do Pará que é o  antigo presidio São José Liberto. 






 Aliaté bem pouco tempo funcionava um grande presídio, palco de rebeliões violentas, mortes e torturas.   


 Logo na entrada, o visitante encontra uma drusa de quartzo, pesando 2,5 toneladas, encontrada no Vale do Rio Araguaia. Os jardins são lindos e os cristais em profusão deram uma luz e energia Ímpar a esse lugar onde houve tanto sofrimento.
Em 2002, o antigo presídio deu lugar à esse belíssimo espaço, onde é comercializado o artesanato paraense e onde estão expostas e colocadas à venda, jóias  feitas por joalheiros, designers e ourives locais.É um passeio pela história da  mineração e das riquezas do solo privilegiado amazônico



O almoço nos brindou com mais uma iguaria paraense. Caldeirada de pescada amarela, pirão de farinha d'água , caranguejo, caldo de peixe, jambu e legumes. os bombons da terra deram o tom do grand finalle

terça-feira, 31 de julho de 2012

BELÉM DO PARÁ - CENTRO HISTÓRICO E ESTAÇÃO DAS DOCAS

" Quando viajamos, o tempo adquire uma dimensão diferente, e cada momento se transforma numa experiência única." 

Depois do café da manhã, que se prolongou ao redor da mesa bonita preparada pela nossa anfitriã Heddy, a Leticia chegou com a bela Sarah, que mais parece uma princesinha cheia de dengos e sorrisos. Saimos por volta das 10 horas rumo ao Centro Histórico. O trânsito ainda  não estava muito confuso por causa das férias escolares, mas nos outros dias, Belém já sofre com os transtornos de mobilidade urbana, como qualquer grande metrópole brasileira.

Belém, com seus quase 400 anos, possui belíssimos prédios antigos que ficam escondidos pela quantidade enorme de fios elétricos, de telefones e Tvs a cabo totalmente "embaraçados" em mil gambiarras, além das grandes placas publicitárias que atrapalham enormemente a visão dos belos casarões históricos. Muitos estão sendo recuperados. Belém passa por um processo der revitalização nunca antes visto, e a valorização dos sítios históricos é uma realidade percebível.

            
                                                                       PALACETE BOLONHA
                       PALACETE PINHO, RECENTEMENTE RESTAURADO
                                                     CASARÕES BEM PRESERVADOS




As famosas mangueiras estão espalhadas por toda cidade, formando verdadeiros túneis de um verde exuberante, que amenizam o calor e ameaçam os carros. Ali, um afundamento ou dois no teto de qualquer veículo, não o desvaloriza em nada na hora da revenda. Todos sofrem do mesmo mal.



As  grandes praças exibem árvores centenárias e monumentos  franceses,  coretos e jardins. As avenidas são largas e muita gente debaixo do sol escaldante é vista andando pelas ruas. Esta é a Praça Batista Campos.

 Os shoppings são vários, os edifícios modernos  e vêem-se construções novas por todos os lados.

 Chegamos  ao  complexo arquitetônico e religioso da cidade velha .O Forte do Castelo do Senhor Santo Cristo do Presépio de Belém, popularmente conhecido como Forte do Presépio. É um espaço muito bem cuidado, com muitos canhões de todos os tamanhos apontados para a baia do Guajará. Parece que foi recentemente reformado e está perfeitamente preservado. Lá também funciona o Museu do Encontro onde estão expostas peças de cerâmica Marajoara e que conta um pouco da colonização portuguesa no Pará. 





Do alto dá pra ver o Ver-o-Peso, que serve de moldura para a cidade velha.
Muitos urubus e pombos dão movimento ao lugar. As embarcações chegam e saem trazendo açaí e levando outras mercadorias, combustível , frutas e pessoas... 

                         Lá fomos nós para a Catedral Metropolitana de Belém, construída em 1771 possuindo belas e preciosas telas ricamente emolduradas em todas as paredes.



                     Vimos esta igreja iluminada a bordo de um barco turístico. Belíssima imagem!



O Museu de Arte Sacra fica no complexo do Palácio Episcopal. O acervo é rico e variado. O monitor Paulo nos acompanhou durante toda a visita, dando explicações valiosas sobre as peças expostas. São centenas,  de tamanhos e idades diversas, e expostas obedecendo rígidos padrões de conservação e segurança. A Igreja de Santo Alexandre fica anexa ao Museu (ou vice-versa), possui um belíssimo altar de madeira ricamente esculpido. Achei as  cadeiras dissonantes, pois  são estofadas, modernas e num tom de amarelo totalmente em desacordo com prédio e sua história.  Fomos informados que o lugar  é usado para eventos e por isso.... 


 A Basílica Santuário  da Virgem de Nazaré transmite um ar de leveza e alegria pelas cores claras e a luz natural que penetra pelos vitrais coloridos...


A Basílica Santuário foi erigida em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré pelos padres Barnabitas e foi inspirada na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma. Tem mais 60 metros de comprimento e seu interior é de mármore. Os belos vitrais e o forro totalmente pintado por artistas paraenses se referem à devoção da Virgem de Nazaré. Na fachada externa, bem no alto uma curiosidade chama a atenção dos visitantes mais atentos. Num cenário bem Amazônico,  a Virgem, índios, negros, jesuítas, Pedro Álvares Cabral e o fundador da cidade, um governador e uma família de operários . Alguns de terno e gravata..

O almoço   foi bem paraense e a siesta inevitável!....

Já é  noite e saímos, em dois carros, para conhecer a Estação da Docas. São 500 metros de orla e mais de 32 mil metros quadrados  de antigos galpões de ferro onde hoje  a cultura e a diversão reinam absolutas. Ali acontecem shows folclóricos, espetáculos de dança e música.


 Boulevard das Artes, Boulevard da Gastronomia e o Boulevard das Feiras e Exposições. Lojas de bom gosto,  fábrica de cervejas, sorveterias, teatro, cinema, restaurantes e bares, sempre cheio de turistas e gente bonita.
                                   CAIRU - O MELHOR SORVETE DO BRASIL... OU DO MUNDO?

O arquiteto Paulo Chaves Fernandes abriu uma janela para a baía do Guajará, mais adaptando que intervindo na antiga estrutura das Docas.  Os grandes guindastes, as grandes peça de ferro e tudo que pode ser aproveitado hoje fazem parte desse imenso complexo. Um ancoradouro turístico também compõe a Estação das Docas. Essa e outras intervenções na paisagem de Belém vem fazendo desse arquiteto um marco divisório entre a antiga e a Nova Belém.