sexta-feira, 25 de julho de 2008

ILHÉUS - Pé de Serra

Há 35 km de Ilhéus está a Praia Pé de Serra. Fica em outro municipio bem próximo daqui e o caminho é o mesmo que leva a Itacaré. São 34 intermináveis quilômetros de praia. Inacreditável! Mais uma vez, Mata Atlântica, coqueiros aos milhares, uma linda serra limitando a praia, bandos de barulhentas maritacas, e céu azul, pra completar. A cabana que ficamos também tem deficiências como banheiro ruim, lentidão no atendimento, falta de pessoal. A comida não é nenhuma brastemp, mas o visual compensa qualquer desconforto. Alguns gansos, galinhas e cachorros transitam livremente entre os turistas e encantam as crianças. Um pescador chegou com um pinguim morto, mostrando para o pessoal , alertando para o risco de contaminação por salmonela e saiu rapidamente para ligar para o IBAMA.
Após o almoço embarcamos no ônibus rumo à Cachoeira do Tijuípe. Do alto, pudemos vislumbrar a belíssima vista do mirante. Quilômetros de praia, centenas de coqueiros, areia branquíssima, e o azul e branco confundindo céu e mar. A guia disse que aquele ponto se chama "mirante" ou "ai! que lindo!", arrancando risadas dos turistas. A descida para a cachoeira é íngreme, de terra e por uma estradinha entre a Mata Atlântica ainda bem preservada. Descemos a pé e consegui fazer o percurso com a ajuda do Danilo, sem maiores dificuldades. Atravessa-se uma pequena ponte sobre um riacho de águas escuras e logo estamos chegando na cachoeira. Tem uns 4 metros de queda e uns 15m de largura. As águas descem pelos paredões e formam um poço, onde várias pessoas aproveitavam para resfrescar-se e curtir aquela paisagem perfeita. O local conta com um bar, restaurante com bonitos móveis e banheiro razoável. A infra estrutura é bem melhor que nas barracas. O preço também é mais alto. Ficamos sabendo que é de propriedade de um suíço. Belas e velhas árvores, viveiros de mudas, plantas ornamentais, bromélias e muitas flores complementam o cenário. Ficamos por ali curtindo a natureza por um bom tempo. A subida pela estradinha de terra foi feita bem devagar por causa do nosso despreparo físico e para apreciarmos a beleza do lugar no pouco tempo que ainda tínhamos ali.
Após um breve descansamos rumamos para um luau, na cabana Batuba Beach. Fogueiras na praia, grupos de capoeira e de forró animavam as pessoas que se despediam de Ilhéus naquele dia. Nós ainda temos o sábado...

ILHÉUS - Ilha dos Desejos

Às 8:30h já estávamos no ônibus que nos levaria para mais um passeio por terras bahianas. A Ilha dos Desejos fica bem mais próximo.Talvez uns 30 Km. O Rio Acuípe faz uma curva antes de ganhar as águas do Atlântico. Uma passarela entre a vegetação fechada do mangue proporciona um visão bem detalhada da vida que pulsa em meio ao barro escuro e as raízes retorcidas. O aratu, um pequeno caranguejo vermelho fez a alegria das crianças. Uma bem cuidada balsa para dez pessoas é conduzida por um homem que vai puxando a corda que atravessa o rio. As águas são escuras, mas nota-se, olhando de perto, que é limpa e que os peixinhos são muitos. O rio deve ter uns 40 ou 50 metros de largura. Caminhamos por entre galinhas caipiras que ciscavam ao lado das curiosas galinhas chinesas e as agitadas d'Angolas, até alcançarmos a praia. Enorme. E linda. O suco de maracujá, a cerveja gelada e as iscas de peixe bem feitinhas nos fizeram esquecer a nota zero da infra-estrutura. Os banheiros horrorosos, apenas um garçon que disparava a correr entre os coqueirais para conseguir servir o pessoal, a lentidão do atendimento... Mas tudo isso era nada, perante a imensidão daquela praia, dos inúmeros coqueiros carregadinhos de cocos, da simpatia do pessoal do bar. Ali, no verão funciona uma pousada. Há também algumas casas de particulares que estão fechadas nessa época. Caminhei com o Danilo até onde o rio se encontra com o mar. Talvez um quilômetro, um pouco mais... A maré bem cheia não nos deu coragem de mergulhar, mas ficamos por ali, admirando aquele pedacinho do paraiso. Sentíamos que estávamos numa praia deserta. Não víamos ninguém. Mais tarde, já no bar pudemos observar que , com a maré baixa, o rio fica bem mais perto, pois corre diagonalmente. Aí dá pra perceber que a correnteza dele é respeitável e que foi bom não nos arriscarmos..
Depois da uma hora fomos até o Balneário de Tororomba, onde as escuras águas medicinais ficam nas piscinas, embaixo de grandes árvores como cajueiros, jaqueiras e jambeiros. A guia garante que as águas, ricas em iodo e outros sais minerais são muito boas para curar doenças como artrite, reumatismo e doenças renais.
Demos uma voltinha em Olivença, onde literalmente não há nada para se ver e voltamos ao hotel. Logo fui pro terceiro andar, onde fica a piscina e pude ver a improvável decolagem de um avião da Gol. A pista do aeroporto é curta, começa próximo ao rio Cachoeira e acaba há uns 20 metros da avenida e o mar, bem ao lado do Obapa Hotel, onde estamos hospedados. Não dá pra acreditar que nós pousamos ali e de lá devemos, com a ajuda dos céus, decolar pra BH.
Depois das 20horas saímos com a Maria Ângela e o Bolinha para um jantar logo ali depois da "ponte". Comemos muito bem, peixe, camarão, vatapá e caruru.
Na hora de voltarmos o dono do restaurante achou pouco seguro cruzarmos aqueles pouco mais de 300 metros e fez o filho dele nos levar de carro. Hospitalidade bahiana, sem precedentes. Nunca vi isso...

quinta-feira, 24 de julho de 2008

ILHÉUS - Itacaré

Depois do susto de ontem, saímos pra Itacaré um pouco ressabiados. São 75Km distante de Ilhéus. O tempo feio, com um frio considerável para terras bahianas e um chuvisco que prometia acabar com a nossa alegria. Mas a guia nos garantiu sol em Itacaré. E foi o que aconteceu. A estrada atravessa um bom trecho de Mata Atlântica. Placas avisam sobre a travessia de animais silvestres e,para justificar as tais placas, um mico-estrela deu o ar da sua graça bem na frente da van que nos levava, obrigando o motorista a diminuir a velocidade. É nessa reserva que ainda se encontram exemplares do mico-leão dourado.
A Praia das Conchas é pequena, ladeada por pedras batidas pelo mar, muito azul. Sargaço espalhado pela areia branca, água fria e fortes correntes do rio que deságua por trás das pedras. Dá pra ver a força com que a água entra no mar, o que não nos animou muito a enfrentar mais esse desafio. A paisagem belíssima lembra aqueles antigos calendários... ou postais, sei lá... A barraca é bastante simples, o banheiro é um caso à parte, a demora no atendimento é folclórica, mas a hospitalidade bahiana fala mais alto e tudo é esquecido depressinha...
Comemos um bobó de camarão muito bem feito com uma pimentinha "arretada" e seguimos , já na parte da tarde, para conhecermos as paradisíacas praias do Resende e da Tiririca. Coqueirais deixam vislumbrar por entre seus troncos, o mar azul, revolto, entre pedras e espuma branca. Realmente, Itacaré vai ser, dentro de pouco tempo um point de gringos, que, apesar da falta de infra-estrutura, já gostam do lugar. As ruas não são calçadas, há lixo por toda a parte e as pousadas, centenas delas, são bastante simples. Os resorts, esses sim, oferecem luxo e sofisticação para quem pode pagar até dois mil Reais a diária. A guia Janete nos deixou na rua do comércio, para encontrarmos com ela na Praça dos Cachorros, alguns quarteirões abaixo. Quase tudo fechado, alguns poucos e pequenos restaurantes abertos, um artesanato aqui, outro ali, sorveteria, doceria... e só. Na praça, consegui, finalmente comprar a geléia de cacau que eu tanto queria. Logo que embarcamos eu dormi pra acordar já em Ilhéus, na fábrica de chocolates. Caríssimos! O de castanha do Pará custava cento e dez reais o quilo.... Nem me atrevi.
Um breve descanso no hotel e fomos de van para o famoso Bataclã, tão bem descrito por Jorge Amado em Gabriela Cravo e Canela.
A construção antiga, da época de ouro do cacau, abrigava as raparigas vindas do Rio de Janeiro e de outros países e que era dirigida pela famosa Maria Machadão. O lugar, muito bem decorado, como se fosse realmente um bordel, brinda os presentes com a encenação de um diálogo entre um coronel do cacau, duas prostitutas e a dona do lugar. Caracterizadas e bem à vontade as raparigas brincam com os turistas e vão contando as peripécias dos deliciosos personagens de Jorge Amado. Há vários ambientes, restaurante fino, o quarto de Maria Machadão ainda com alguns móveis e objetos originais, a charutaria, o bar, lojinha de lembranças e banheiros muito bons. No divertimos muito e por volta de meia-noite já estávamos no hotel, para um descanso merecido.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

ILHÉUS - Entre mortos e feridos salvaram-se todos

Logo cedo anotei no Blog as primeiras impressões de Ilhéus... A RCV passou pelo hotel por volta de 8 horas e saiu catando hóspedes em vários outros para iniciarmos nosso passeio do dia. Pela rodovia BA001, fomos rumo a Canavieiras. A Reserva de Una é linda, um bom trecho de Mata Atlântica ainda abriga micos-leões dourados e outros pequenos mamíferos, como o belo quati que atravessou a estrada todo faceiro, ostentando sua comprida cauda listrada.
Ainda se viam bandeirinhas penduradas pelas ruas da cidade de Una, restinhos das animadas festas juninas da região. A cidade é pequena e parece muito pobre. O Ribeirão das Varas corta o município e me pareceu já bastante poluído. Pelo caminho os coqueirais, plantados há poucos anos e já produzindo, outros ainda bem pequenos perfeitamente alinhados. A idéia é começar a se plantar outras coisas para substituir o cacau, quase que totalmente destruído pela "vassoura de bruxa". Algumas seringueiras jovens, já foram sangradas e os copinhos com o latex podiam ser vistos da estrada. A Praia de Atalaia, é larga e, como todas as praias bahianas, muito bonita. Perde-se de vista, de ambos os lados. Enorme e quase deserta. Carros, motos, tricíclos e cavalos circulam livre e impunemente entre os poucos banhistas desavisados.
Ficamos ali de bobeira, comendo uns "catados" (tira-gosto) até a hora de embarcamos numa velha chalana. Era muita gente e alguns ficaram de pé. Sugeriu-se que algumas pessoas fossem de barco rápido (uma pequena canoa de alumínio). Fiquei com medo e voltamos à velha chalana. Logo de saída o barco não quis pegar e o piloto abriu a tampa do motor pra ver o que tinha acontecido. Tudo enferrujado! Havia uma fagulha que o Danilo mostrou pro sujeito que, imediatamente, bateu a mão e apagou o foguinho. Ficamos meio inseguros mas... Ele conseguiu dar a partida no motor e...vamos em frente. O Rio Pardo, nasce em Minas Gerais e vem desaguar aqui. Lindo. Largo. Muito manso. A área de mangue é uma das maiores do Brasil e está muito bem preservada. Navegamos uns 30 minutos e aí a embarcação enganchou num toco e parou de vez. Éramos umas 30 ou 40 pessoas, crianças, velhos e senhoras com dificuldade de locomoção (essa era eu). Com uma certa dificuldade o piloto livrou-se do tronco e lá fomos nós. Garças voando sobre o barco buscavam abrigo abrigo nos manguezais.
Improvisando uma rampa com um dos bancos de madeira, o rapaz do barco nos ajudou a desembarcar na Ilha das Garças. É uma ilha deserta, coberta de vegetação de mangue e com alguns pequenos poços de lama negra e mal cheirosa. Enxofre, segundo o guia Eduardo. Alguns se esfregaram com a tal lama na esperança da juventude eterna e da beleza absoluta. Só mesmo turista, pra fazer essas asneiras! Andamos um pouco e como a maré começava a subir nos encaminhamos para a chalana. Só que agora ela pifou de vez.... Vai precisar de ser rebocada. Sentamos no chão de areia, como náufragos à espera de socorro.... Liguei pro meu filho mais velho para me despedir e fazer as últimas recomendações. O Danilo estava travado!
Veio o primeiro barquinho, uma turma de sete pessoas foi levada e no segundo nós embarcamos. A maré continuava a subir e a tal ilha ficará encoberta logo, logo. As pessoas foram pra dentro da chalana esperando o talentoso resgate bahiano. Tá lento, mas chega....
O vento e a maré enchendo jogava água em todos os tripulantes do pequeno barco. O piloto, um negro de barbas brancas, pediu que eu passasse pra outro banco. Claro que não! Se eu não me equilibro em terra firme, imagine naquela canoa balançante! E tome água na cara, na roupa, no cabelo (ai, minha chapinha!... Vou pedir indenização)
Depois de 20 minutos chegamos ao porto improvisado. Um menino apavorado se agarrava à mãe e batia queixo, uma senhora mais velha estava totalmente tensa e o Danilo quase explodindo... Consegui desembarcar sem maiores problemas, mas continuamos preocupados com os que ficaram. Tomamos café e conhaque e conseguimos nos secar um pouco. Mais de uma hora depois todos chegaram. O desconforto com a situação era visível. Crianças pequenas embrulhadas em toalhas, pessoas molhadas e com cara de alívio por sobreviverem à grande aventura...
Ainda visitamos um pequeno museu (Shopping do Povo) onde está exposta a história do município, seus objetos e fotos, documentos e lembranças. O sorvete de cajá e a s balas de marfim ( bala delícia) deram um pouco de alento aos náufragos resgatados. Estou com medo de cobrarem mais caro pelo passeio, uma vez que as emoções foram fortes. Eu pago! Valeu!


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terça-feira, 22 de julho de 2008

ILHÉUS - São Jorge dos Ilhéus

Dia 20, saímos de BH às 23:40. Chegamos cedo ao aeroporto e quase perdemos o avião porque, contra todas as expectativas, ele saiu 10 minutos mais cedo. Deve ser a tal lei da compensação.
O Hotel Opaba é bonito, com uma arquitetura bastante diferente, cheio de arcos vazados, com muita madeira aparente, jardins de inverno e cerâmicas com jeito indígena espalhadas por todo o canto.
Está situado bem na cabeceira do Aeroporto que lembra um pouco o de San Martin (veja no You Tube e horrorize-se). A pista se estende entre entre o mar e o Rio. A guia Janete nos disse que é o mais seguro do Brasil, visto que todos os assentos das nossas aeronaves têm assentos flutuantes. E só esperar o talento do bahiano. Tá lento, mas chega pra salvar quem estiver no mar.... Da janela e varanda do nosso apartamento (216) vê-se a praia em toda a sua extensão, pequenos barcos de pescadores, alguns tarrafeiros e poucos banhistas.
Saímos para um city tour com a RCV. Depois de aprender tudo sobre a história de São Jorge dos Ilhéus, a fase áurea do cacau, as deliciosas histórias de alcova nos bordéis da cidade, fomos até à casa de Cultura onde a encenação de uma peça nos mostrou Gabriella e "seu Tonico Bastos, que nos divertiram com um diálogo bem ao jeito Jorge Amado. No Bar Vesúvio tomamos chope gelado e comemos os famosos quibes do "seu" Nacib". A Igreja de São Jorge, bem no centro histórico, impressiona pelo tamanho e arquitetura, onde não se economizou arcos, colunas e abóbodas. Lindo vitrais franceses dão um toque de classe ao interior da catedral.
Aí chegou a tão esperada hora de ir pra praia. A Cabana Batuba Beach, já no município de Olivença está em uma pequena praia, entre dois montes de rochas e é muito linda. A Cabana tem uma construção toda em bambu gigante e alenaria que nos deixou encantados. os bambus foram trabalhados com técnica e criatividade. Só voltamos ao Hotel no cair da tarde e como já estávamos bastante cansados dormimos até péla manhã.

domingo, 20 de julho de 2008

Mineirês

http://cid-fe0a8ffaffb99bdf.skydrive.live.com/browse.aspx/Mineires


Nesse link vocês poderão assistir a uma bela reportagem sobre o Mineirês, o jeitim mineiro de falar engolindo letras e até sílabas inteiras. Prestem bastante atenção no final da matéria. Foi gravado aqui em casa. Fiz uma bela mesa de café , bem ao estilo mineiro e ficamos a tarde inteira pra ter esses 3 minutinhos de fama. Diga-se de passagem , que apesar de ter ido ao ar no dia 1º de maio, até hoje encontramos pessoas que nos dizem que viram a reportagem.
No dia 20/02/08 escrevi um post Plim!Plim! Uai sobre a gravação da Globo aqui em casa. Tem inclusive umas fotos.