É verdade que desembarcamos em Veneza. É verdade também que navegar com o Costa Fortuna pela Laguna e chegar ao porto foi magnífico. Mas, logo depois do desembarque fomos direto para Verona.
E agora, já engajados na excursão da Special Tours, sob o comando severo da guia espanhola Ruth, estamos voltando à cidade mais procurada pelos enamorados.
AS ILHAS E SEUS CAMPANÁRIOS.
O MESTRE VIDREIRO NA LOJA DE MURANO
O PALÁCIO DOS DODGES E SAN MARCO AO FUNDO
EMBARCANDO NA GÔNDOLA
ATRAVESSANDO MAIS UMA PONTE. ENGARRAFAMENTO DE GÔNDOLAS
VINO E BIRRA , PANE E PASTA... A BOA COZINHA VENEZIANA.
MOSAICOS BIZANTINOS NA ÁREA EXTERNA DA BASÍLICA DE SAN MARCO. ARTE LEVADA AO EXTREMO.
O PALÁCIO DUCAL.
Saimos de Jesolo, onde estávamos hospedados, uma linda cidade praiana que será tema de um próximo post.
Passamos de novo por Verona. Era domingo e o movimento na Piazza Bra estava diferente. Muitas famílias, coral de crianças e a alegria normal de um domingo ensolarado. Um chope no Hippópotamo, uma última olhada nas Muralhas, na Arena, na Porta Nuova. Verona, em tempos idos, pertenceu à Veneza. e guarda em sua arquitetura muito do estilo barroco veronês. É uma cidade encantadora.
pudemos agora observar com mais tempo as antigas muralhas e o conjunto arquitetônico da Piazza.
E de novo na auto-estrada, rumo a Veneza.
A capital do Veneto tem uma característica que a torna uma cidade difícil de se andar sem se perder. 90% de suas ruas nâo têm nomes e mesmo com um mapa nas mãos é fácil se confundir. São seis bairros e as ruas que têm nomes, costumam ter nomes iguais. Um desafio para forasteiros.
São apenas 300 mil habitantes e a maioria absoluta são de pessoas bastante idosas. O aeroporto local é o Marco Polo e o tráfego aéreo é absurdo. Jatos cruzam o céu deixando o conhecido rastro branco formando desenhos parecidos ao jogo da velha. A Laguma tem mais de 500 mil metros quadrados de água parada que, segundo os venezianos, se recicla a cada seis horas, com o movimento das marés.. São 118 ilhas, 177 canais e mais de 400 pontes.
Disse a guia, que Veneza se resume à Piazza de San Marco, pois a cada ponte atravessada, uma outra ilha se apreenta. A pouca profundidade da Laguna só permite a navegação por quem a conhece desde cedo. Só mesmo os venezianos que conhecem desde sempre essa república marinheira, onde os papas detinham todo o poder.
E o poder dos papas estava diretamente ligado ao poder do sal, muito valorizado na época. Por Veneza passava todo o sal de então e o imposto estipulado por eles era bastante alto.
Veneza hoje vive basicamente do turismo, pois sua indústria se resume às de vidro ( Murano). Cada ônibus de turismo que entra em Veneza paga uma taxa de 300 a 400 Euros para permanecer ali algumas horas.
Tudo em Veneza gira em torno das águas da Laguna: estaleiros, lanchas da polícia, táxis, transporte público, carros funerários, gruas da construção civil, bombeiros. O movimento marítimo e incrível.
Navegando rumo à Piazza de San Marco, fomos observando as Ilhas que povoam a Laguna. A antiga Ilha Manicômio; a de Murano onde se fabrica o vidro famosos em todo o mundo e que mostra de longe o farol todo branco; a Burana que é a ilha dos pescadores; Lido di Venezia, onde se realiza o célebre festival de cinema e onde estão os melhores hotés; a de Santa Helena; a de Santo Erasmo; a Lido de Jeosolo, onde ficamos hospedados; a deTortelo, chmada de Ilha Fantasma, a Ilha de San Miguel onde Stravinsk está enterrado. Entre a Ilha de São George e de São Marcos, aparecem dois campanários. O piloto da nossa embarcação, habilidosamente, chegou a um ponto onde ambos se confundem tornando-se apenas um. Foi até aplaudido por nós. Bem interessante a brincadeira.
Outras centenas de ilhas vão se mostrando à medida que avançamos rumo a San Marco: a Torchetto, a do Convento Armênio, a de São Clemente, a de San Sérvolo.
E finalmente o porto onde descemos.
Andar de novo por Veneza é um privilégio.O sol forte e as centenas (milhares) de turistas ávidos por conhecer, comprar, fotografar e comer nos deixaram meio atordoados.
Resolvemos não encarar as gôndolas. Foram os nossos companheiros de viagem. Acompanhamos o embarque, fotografamos e fomos adiante. Já tínhamos combinado que iríamos nos perder em Veneza. sem compromissos. Então saímos, eu e Danilo, a ver os canais, as lojas, os becos, atravessando pontes, admirando a arquitetura única, vendo igrejas, museus, vendedores, feiras...
As máscaras estão por toda parte. Lindas! Ver o artesão na fábrica de Murano soprando o vidro foi uma experiência maravilhosa. A loja é belíssima. Peças valiosas forjadas a mais de mil graus mostram toda a inventividade humna. De areia e arte surgem cavalos, aves objetos, jóias. Tudo brilhante! Tudo muito colorido! E caro...muito caro!
A Piazza estava repleta de gente de todo o mundo. Não resistimos e entramos na Catedral de São Marcos. Ao nos depararmos com os dourados mosaicos bizantinos e toda a monumental arquitetura da Catedral, nos lembramos imediatamente das tias que nos acompanharam em nossa primeira ida à Europa e essas lembranças nos levaram à inevitáveis lágrimas. Ficamos ali por um tempo, contemplando tanta beleza e relembrando momentos felizes.
Almoçamos numa simpática cantina, tomamos um vinho perfeito e retomamos nossa caminhada por La Sereníssima.
Já no porto, cansados, resolvemos parar para um café e fomos atendidos por um simpático cubano. Logo chegaram o Maurílio e a Cláudia e por ali ficamos, trocando impressões sobre esse dia inesquecível.
De repente, ouvimos um apito longo e bastante conhecido. O Costa Fortuna, chegando da Grécia, deixava o Veneza, rumo a outras terras. Foi emocionante ver o
nosso navio, outra vez, no mesmo porto em que desembarcamos, mais de uma semana depois... Coincidência maravilhosa!
E lá vamos nós, rumo ao hotel Le Soleil, em Jesolo, que ninguém é de ferro. a cama nos chama. Aos gritos!