EMBUTIDOS MARAVILHOSOS E AO FUNDO CENTENAS DE GARRAFAS DE VINHO DE TODOS OS TIPOS PRODUZIDOS EM LAGUNA
GRUPO FOLCLÓRICO DAS CANÁRIAS QUE NOS RECEBEU NO PORTO DE TENERIFE
PÁTIO INTERNO CARACTERÍSTICO DE UMA DAS RESIDÊNCIAS DE SANTA CRUZ DE TENERIFE
ÁRVORE S´MBOLO DA ILHA - SANGRUE DE DRAGÃO - LINDA E PODEROSA
CASAS COM PRECIOSOS TRABALHOS DE ENTALHE EM MADEIRA QUE NUNCA APODRECE
MERCADO MUNICIPAL - ORGANIZADÍSSIMO - FLORES, TEMPEROS, FRUTAS E LEGUMES
DEGUSTAÇÃO DE VINHOS, QUEIJOS E FRIOS NA BODEGA DO ÁLVARO
AS DELICIOSAS PAPAS ARRUGADAS. BATATAS ADOCICADAS, DE CASCA ESCURA E COZIDAS COM BASTANTE SAL
PRESUNTOS - JAMON - PENDURADOS NUM PROCESSO FINAL DE CURA
Terra à vista!
Chegamos enfim a um porto, depois de cinco dias em alto mar.
Em terra firme!
Tomando o café da manhã já nos encantamos com a maior das 7 Ilhas Canárias: Tenerife.
Antes de desembarcarmos ficamos no convés, admirando e fotografando o porto, os grandes navios atracados, a organização absoluta do movimento portuário e a cidade de Santa Cruz de Tenerife debruçada sobre o mar.
A ilha vulcânica, emergiu a milhões de anos das profundezas oceânicas com a erupção de vulcões. E ali está, com seus picos irregulares, montanhas cobertas de verde e suas casa entre as dobras dos montes.
O Teide é um vulcão mais ao centro da Ilha de Tenerife, cuja última erupção foi em 1909. Desde então está “dormindo”, com seu cume sempre coberto de neve.
Nosso guia, um simpático e educadíssimo Canário falando um espanhol fácil de entender, nos levou pelas ruas de Santa Cruz. Caminhamos pelas
calles limpíssimas, com suas construções seculares. Algumas de adobe, mas totalmente sólidas.Os pátios internos, dos antigos palacetes, lembram cenários de filmes. Muita madeira usada em entalhes preciosos feitos a partir de um espécie nativa na ilha e que não apodrece com o passar do tempo. O Concert Hall , majestosa obra do arquiteto Santiago Calatrava, empresta um ar de modernidade à cidade.
A vegetação local é um caso a parte. Plantas totalmente desconhecidas. Suculentas estão por toda a parte. Uma árvore em especial chamou minha atenção. Ela é considerada um fóssil vivo e uma das dez árvores mais estranhas do mundo. É a Dracaena Draco ou Sangue de Dragão, o famoso dragão dos jardins. Maravilhosa! Imponente! Estranhíssima!
Lembrava vagamente que Tenerife era a terra natal do Padre Anchieta. E é! Visitamos uma linda praça e lá estava a casa onde o Missionário Jesuíta nasceu e viveu por alguns anos.
Quanto mais se anda pela cidade, mais se encanta por ela, pelo seu povo educado e tranqüilo, pela arquitetura única, com forte influência espanhola Sevilhana.
A Igreja de São Francisco é surpreendente. Um altar, não muito grande, inteiramente trabalhado em prata. Nunca vi nada parecido. Magnífico!
O Mercado Coberto de Laguna tem uma parte externa dedicado as belíssimas flores, que ali são produzidas e exportadas para o mercado europeu. Iternamente impera a limpeza e a beleza das bancas de carnes, frutas, legumes, verduras , queijos e embutidos. Na realidade, poucas coisas são produzidas na Ilha. O forte da economia é o turismo. São 12 milhões de turistas ano, nas sete ilhas que compõem o arquipélago: La Palma, Gomera, Mierro, Fuerte Ventura, Lanzarote, Gran Canária e, a maior delas, Tenerife, que possui novecentos mil habitantes.
Bananas são plantadas nas encostas rochosas e tomates em grandes estufas. Toda a água da ilha vem das águas da chuva e da neve derretida e filtrada pelas montanhas.Usam a dessalinização há muito tempo e a água dessalinizada repousa em imensos tanques redondos para irrigação e uso doméstico. A água puríssima que vem das montanhas não passa por nenhum tipo de tratamento e toda a água servida passa por processo químico pra ser reutilizada.
Optamos por uma excursão de 4 horas que nos levou a conhecer também a cidade de Laguna, encravada entre as montanhas. A estrada sinuosa, sobe rapidamente do nível do mar a quase mil metros de altitude. O Danilo ficou um tanto incomodado com a estrada estreita, subindo entre precipícios e encostas abruptas. Mas a beleza da paisagem compensa o temor inicial.
Chegamos a Bodega do Álvaro, situada Tacoronte, zona agrícola de grande fertilidade e chamada de capital do vinho.Entre grandes presuntos e queijos pendurados acontece uma animada degustação de vinhos, queijos, embutidos e molhos locais. O principal são as “ papas arrugadas”. Deliciosas batatas escuras e de forma irregular, cozidas em água bastante salgada e com casca. Assim são degustadas com o bom vinho local e molho vermelho, levemente picante. O sabor é o mesmo das nossas batatas, porém mais sequinhas e adocicadas. Até champanhe rolou na degustação em que cada um se serve dos vinhos e embutidos, queijos e molhos à vontade.
Na volta paramos no Centro de Santa Cruz de Tenerife, na Plazza de Espanha, uma belíssima praça, cheia de monumentos alusivos aos primeiros habitantes das Ilhas, uma enorme praia artificial, e um jardim de plantas totalmente exóticas. Não sei se em dias de calor os habitantes da cidade se banham ali.
Entramos em alguma belas lojas, como a Maia e a Lacoste, mas não fomos ao Corte Inglês, que fica mais distante do porto. O tempo é curto e não podemos perder o navio...
Os eletrônicos são o forte do comércio local, livres de imposto e com preços convidativos. Comprei um binóculo Pentax e um pen- drive. Duas cervejas e caminho do porto... Fomos a pé. Meio longe, pra mim que ando devagar. Apesar do sol forte e da dor no quadril, chegamos... e fomos direto para o restaurante externo, onde nos sentamos defronte a uma grande janela para nos encantar pela última vez com o casario iluminado pelo sol da tarde. Os grande navios começam a deixar o porto: Insignia, MSC Fantasy e um enorme, da Holand American Line.
Ali ficamos e, ao ouvirmos os três apitos que anunciaram a partida do Costa Fortuna, a nostalgia nos invadiu por deixarmos para trás um lugar tão mágico. Já estávamos sentindo saudades