São 18 horas. Sei que você está na bloco cirúrgico acompanhada de bons médicos e do tio Luís. Claro que estou preocupada. Quis ir para o Hospital, mas sua mãe achou que não era conveniente. Então estou aqui. Esperando notícias. E aí resolvi escrever para você. Está chovendo forte. Trovejando. estou calculando quantos programas você está perdendo nesse fim de semana por causa dessa pedreira que se instalou na sua vesícula.... Uma balada? Um show de axé? Da Ivete? Ou talvez sertanejo? Um sítio com direito a cerveja gelada e churrasco dos bons? Cinema? Teatro? Um conserto de tenores? Ópera no Palácio das Artes? Seus trocentos milhões de amigos vão ficar esperando. Sentados numa mesa de bar, falando de e sobre você. Seu sorriso espontâneo, sua alegria exagerada, sua energia contagiante. É... Vão ter de esperar. Pouquinho. Porque tenho certeza que você não vai demorar pra entrar em campo novamente e reunir a galera para mais um fim-de-semana animadíssimo, uma ida ao shopping, um agito com as Lindinhas, uma passada na casa da vovó Mary ou da tia Ju. Seu novo emprego vai ter de esperar uns dias e seus mais novos amigos de infância vão sentir a falta que você já está fazendo no escritório. E a Faculdade? Como vai ser, sem os constantes toques bem humorados do seu celular chamando pra mais um programinha de fim de tarde? E sua mãe? Uma semana sem a motorista predileta?
CALMA! É só uma semana... No máximo.
Raquel, continue a aproveitar a VIDA com toda a energia . E agora sem PEDRAS atravancando seu caminho.