E, realmente, não há nada pior que carregar uma bagagem enorme, muitas vezes com coisas desnecessárias, mas que, na nossa cabeça, vamos acabar por precisar delas, em algum momento da viagem.
Não sou daquelas que levam o mínimo. Mas ainda vou chegar lá. Viajar leve, é uma ciência. Um talento nato.
Tenho amigas e conhecidas que carregam enormes malas, com e sem rodinhas, e já vejo, aquelas estressadas criaturas arrastando sua enorme
bagagem pelo saguão do aeroporto lotado, dividindo o que podem pelas sacolas de mão e com os amigos mais leves. Implorando pra mocinha do check in um pouco de compreensão....
Um mês antes já estão pensando no que vão levar. Um sapato pra cada noite, um maiô pra cada dia, sem esquecer das cangas, meio litro de shampoo e mais meio litro de condicionador, a tesourinha de unha, o estojo de costura que a vovó lhe deu para alguma eventualidade, um pijama de frio, uma camisola de verão.... O perfume do dia, o perfume da noite, o colar de pérolas e mais 4 ou 5, as pulseiras douradas, sem esquecer as prateadas, o agasalho pesado, mesmo se estiver indo pro nordeste, uma bolsa com remédio e um tênis pra caminhar. e está claro que ela não vai caminhar de jeito nenhum. Também não pode esquecer do chinelo pro banho, o livro pra ler à noite, a revista de palavras cruzadas, as meias grossas as meias finas... Luvas? Será que não vão fazer falta?
Estou às voltas com uma arrumação de bagagem para uma viagem de dezoito dias de navio e mais dez dias por uma dezena de cidades italianas.
São muitas festas, piscina todo dia, frio em alguns lugares e extremo calor em outros. Já sei que tenho de estabelecer um limite de volumes e de peso, até porque a volta será de avião. Não quero levar a minha casa na mala. Quero ter um espaço para trazer alguma lembrança para os amigos e não quero pagar excesso de bagagem no aeroporto.
Tenho certeza que não vou me aconselhar com nenhuma dessas viajantes incidentais o que levar. Porque, seguindo o conselho delas, terei de alugar um conteiner....