quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Dia das Bruxas

" A mediocridade não reconhece nada melhor do que ela mesma." Sir Arthur Conan Doyle


Estou me lembrando que há uns três anos, desenvolvi um Projeto com meus alunos da periferia sobre o "Dia das Bruxas". Contamos todas as fantásticas histórias onde as bruxas aparecem encantando princesas, transformando príncipes em sapos ou feras, fiscalizando dedinhos para ver se o menininho havia engordado, adormecendo donzelas, aprisionando mocinhas nas altas torres de castelos assombrados.
Assistimos filmes divertidos, falamos do Harry Potter (ainda no segundo volume), rimos com as trapalhadas da Madame Min e o Mago Merlin...
Escrevemos histórias, desenhamos, demos asas à imaginação... No Dia das Bruxas, sentados no pátio, à sombra de uma árvore ainda com as flores da primavera, escavamos uma enorme abóbora e fizemos a famosa lanterna do Halloween. Aprendemos sobre a origem da comemoração, ficamos sabendo de outras culturas, outros povos, outras terras. A abóbora foi levada de sala em sala e todas as crianças da escola puderam aprender um pouco sobre essa festa divertida. Cantamos algumas musiquinhas das histórias contadas, montamos um painel, pintamos bruxas feiosa, de chapéu ponteagudo, caldeirão, morcegos e lagartixas.
No dia seguinte, fiz um doce gostoso, temperado com cravo e canela e as crianças se fartaram com o sabor e a cor alaranjada da ex lanterna esculpida no dia anterior...Também, no dia seguinte, ouvi comentários sobre a festa do Mal, da heresia de se convocar espíritos baixos, de não valorizar o que é nosso.
De agora em diante o melhor é fazer festa pra Saci Pererê e jabuticaba, que são as únicas coisas totalmente brasileiras. Pensando bem, Saci tem uma conotação demoníaca e incomoda os fanáticos de plantão. O melhor é só ensinar sobre a jabuticaba.
Ontem fiz uma lanterna de abóbora para a minha neta, que ainda não fez três anos. Quero que ela entenda o mundo de uma forma mais divertida, mais leve... Sem censura religiosa, sem ideologia barata, sem patrulhamento nacionalista. Alegria e bom humor não têm pátria nem crença. São de todo o MUNDO.
Esse post vai para todas as bruxas que conheço, inclusive uma que mora na Tijuca e detem os poderes da sedução.

Um comentário:

Unknown disse...

Ju,
seu post me deixou curiosa.
Quando me mudei para cá todas as escolas faziam uma festa de Halloween.
Este ano só tive notícia da do Yazigi.
Viver leve, rir, é tão bom!
E como nossas crianças e adolescentes estão precisando!
Beijos,
Yara