quarta-feira, 29 de agosto de 2012

ELEIÇÕES EM BH... OU A PROPAGANDA ELEITORAL TESTANDO A NOSSA INTELIGÊNCIA


" Cada povo tem o governo que merece"

No sistema eleitoral brasileiro cabe a propaganda gratuita que, se não
informa ao eleitor desavisado os nomes e propostas de nossos
ilustríssimos candidatos, pelo menos divertem àqueles que se arriscam
a assistir esse famigerado horário eleitoral na TV.
Essa semana, respondendo à alguns e mails e "facebookando"  no i-Pad, não me preocupei em mudar de canal, quando começou o dito programa.
Meu Deus! Passei da incredulidade ao riso descontrolado..
Um candidato a prefeito se apresenta recitando versos de sua autoria.
É um poeta!
Outro, de suspensórios, conta como conheceu a amantíssima esposa e se
vangloria de estar casado há mais de 30 anos. Como já estou, também casada há mais de 40, entendo-o bem.
Uma eterna "sindicandidata", fala mal dos dois principais candidatos e apresenta
propostas utópicas e risíveis. A outra, doutora em alguma coisa, vai acabar
com as concessões de transporte públicos e, pasmem senhores, vai conceder transporte gratuito para todos os munícipes dentro de muito pouco temo. Nem na Noruega!
Os candidatos aparecem sempre como pessoas de bem, com um passado limpo.
 Imaculado, a bem da verdade.
Os que querem ser vereadores e  receberem o salário  e os benefícios que qualquer edil de BH recebe no fim do mês, são verdadeiramente hilários. Os nomes e slogans concorrem com  programas humorísticos de quinta categoria. Sapão, Paulão, Ronaldão, Pezão, Klebão, Betão. São superlativos!
O Cacá Bacelar, vem para inovar; o candidato Mamão afirma que uma mão lava outra e o Cláudio Raul Seixista pede que não parem na pista.. .
Temos alguns  orgulhosos da função que exercem na sociedade: Pedrão do Depósito; Júlio Rodoviário; a Loira do Psiu; a Pastora Maria... E como tem pastor querendo mudar de função! Irmã Iracema, Amém! Passar a sacolinha já não dá tanto lucro! O negócio agora é se eleger!
Tem também o Flanelinha, o Favelado, o Bombeirinho e o Marceneiro. As origens são explicitadas no
próprio nome... o da Ambulância, o do Samu, do Correio e da Auto-escola, da Banca...
Alguns candidatos têm títulos invejáveis, como o Nonô, o Digníssimo, Fico, o Barão e o Castro, meu Rei.
Podemos escolher entre raças e grupos étnicos, sem medo de errar ouincorrer em crime de racismo:- Moreno, Preto, Branco, Mulato e Índia.
Não vi nenhum Japa! Será algum tipo de discriminação?
Outros não se preocupam com o ridículo de seus apelidos. Foguim, Macu, Belisquete, Popeye e a Tia....
Animais estão correndo em busca do cargo... Frangão, Pit Bull, Ney Girafa e Papagaio.
Uns são simples, como o  João do Engenho, Washington Melado, Simas da Panela, Arrastão e Jovem. Uma bastante pretensiosa imita o gesto da campanha de  Barak Obama. Nós podemos!
Os slogans pedem que não votemos em branco e que não elejamos vira-latas. Solicitam que acabemos com o bla-bla-blá e afirmam que PIOR QUE ESTÁ NÃO FICA!
Tenho minhas dúvidas!
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sábado, 11 de agosto de 2012

BELÉM _ ÚLTIMO DIA

Tivemos um dia cheio. Um shopping pela manhã para algumas comprinhas, sorvete na Cairu, organização de bagagens e  presentes....

Esses sorvetes são maravilhosos. Trouxe alguns para degustarmos em Minas. Sabor de Amazônia...
A tarde caiu e as fotos da varanda do apartamento mostram a beleza da vista, enfeitada pelo sol que se recolhia.



 Nosso voo foi num horário bastante inconveniente, pois tínhamos de estar no aeroporto por volta da 1 hora da madrugada, mas deu tempo de um jantar caprichado, com patas de caranguejo ao vinagrete como entrada e um bacalhau dos deuses.



 Amigos dos anfitriões estavam lá para  abraços e fotos de última hora.


 A alegria da princesa Sarah, a simpatia do Felipe, a disponibilidade da Letícia e a amizade sem tamanho da Heddy e do David nos proporcionaram dias encantadores.
Esses dias em Belém nos deram , além dos lugares lindos que conhecemos, a oportunidade de nos reunirmos com amigos queridos que nos receberam como se fôssemos reis. Tenho certeza de que Santa Maria de Belém do Grão Pará será, dentro de muito pouco tempo, um roteiro obrigatório par  a quem quiser lindas paisagens, sabores e aromas inéditos, gente hospitaleira, música alegre e proximidde com lugares como a Ilha de Marajó e Salinópolis, que tivemos o privilégio de experimentar durante 12 dias maravilhosos.
Um dia voltaremos, tenho certeza!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

BELÉM - OS DIAS MARAVILHOSOS EM SALINÓPOLIS

"A felicidade não é um destino a alcançar, mas uma forma de viajar."

Os dias passados em Salinópolis foram o ponto culminante da nossa viagem ao Pará. Amigos de longa data, juntos, durante 4 dias, onde tudo era motivo de alegria, emoção e cumplicidade. A família do David foi de um carinho extremo, os amigos deles nos receberam como se já fossem também nossos velhos amigos.


A simplicidade da casa e o ritmo das marés ditando nossos horários de sair ou não sair de casa, os cafés da manhã feitos pela Maria, as sobremesas da Maissara, a atenção do Tião e dos jovens que lá estavam, as pescarias ao por-do-sol, os almoços compartilhados na mesa posta ao sabor da brisa marinha... Claro que nada disso será esquecido.


Nossa ida à Praia do Maçarico, que é um "point" de badalação dos jovens que estão curtindo as férias, nos mostrou que aquele sossego da casa onde estávamos era só lá. O barulho, o trânsito infernal, a quantidade enorme de lojas vendendo produtos chineses, bares abarrotados de gente e a iluminação artificial foram um verdadeiro "choque de realidade". A música alta e o ritmo marcado, nos lembra a todo momento que estamos no Pará.


Na manhã do nosso retorno fomos dar uma volta na praia e nos admiramos com a quantidade de carros estacionados na areia, se arriscando serem pegos pela maré que soe sem dar avisos. E muitos atolam na areis ou no barro de mangue que fica sob ela. O calor é desértico e as crianças brincam entre os carros aquecidos pelo sol, o que piora ainda mais a temperatura.

Os pais esquecem-se dos filhos que correm de uma lado pro outro, entre os carros, motos e quadriciclos dirigidos por adolescentes que  transitam em velocidade  alta pela praia como se estivessem em uma avenida. É surreal!


Soubemos que acidentes graves acontecem todos os anos. Casas lindas, hotéis, pousadas, bares e restaurantes. Tudo apinhado de gente feliz, aproveitando as férias.

ISTO É COMUM DE ACONTECER QUANDO A MARÉ SOBE E AS PESSOAS SE ESQUECEM QUE DEIXARAM OS CARROS À MERCÊ DOS CAPRICHOS DO MAR....


Vejam nesse link o que aconteceu por lá num dia de maré mais alta....

http://obviousmag.org/archives/2008/04/senhora_das_mares.html

São muitos os momentos a serem lembrados...
 O PICOLÉ DE TAPERABÁ, DA CAIRU, QUE O RAPAZ LEVOU NO CARRINHO LÁ DENTRO
                                 DA CASA, PARA NÃO ATRAPALHAR NOSSA PREGUIÇA...

                                  OS MOSQUITO QUE "COMERAM" A MINHA PERNA...
             
                               O BAR DO JORGE, FORNECEDOR OFICIAL DE CERVEJA


Depois do almoço, foi  a hora de nos despedirmos e agradecermos a acolhida afetuosa de quem foi mais cedo e de quem ficou pra ir mais tarde e pegarmos a estrada de volta para Belém.
Já anoitecera quando paramos para um café com tapioca e pamonha, além de mais um "dedinho de prosa",  antes de chegarmos em casa.

BELÉM - A CASA DE SALINÓPOLIS

" Viajar não é um passeio incerto para quem sabe olhar e leva o itinerário consigo. " 

A casa da Heddy e do David é algo meio de sonho. Uma simples casa de madeira num lote comprido, que começa na praia e termina no mangue.

Piscina, área de churrasqueira, deck para redes e mesa de refeição ao ar livre. Bem na frente do terreno um outro deck, chamado de mira-bunda, onde se penduram as redes e os hóspedes dormem ao ar livre. O vento não deixa os terríveis carapanãs (mosquitos) atacarem. Mesmo assim, na  dúvida, usam-se os mosquiteiros de filó. Ninguém quer se arriscar.

 As águas altas de setembro deixaram o muro e o portão no chão. Um coqueiro tombou, os moirões da cerca também...
Essas águas são esperadas todos os anos e os dono da casa estão correndo contra o tempo para construírem  um novo muro, bem reforçado, para as próximas águas altas causadas pelas chuvas do inverno, que enchem os grandes rios e em consequência aumentam as marés.

 Um pé de anjiru, planta de rasteira de mangue, foi conduzida habilmente para o caramanchão e hoje já dá frutos lindos, eles têm  sabor de algodão molhado.


 O caseiro Sebastião, cuida das plantas com esmero, junta troncos exóticos e pedras estravagantes e vai arrumando harmonicamente por toda a área do terreno, entre vasos floridos e cantinhos cheios de raízes e pedrinhas de cores e formatos variados.

A varanda que rodeia a casa azul e branca tem vasos de cerâmica, cantinhos com cadeiras de vime, bancos e muitas plantas, que deixam  a casa com um quê de  casa de interior... Os coqueiros estão carregados e uma amendoeira dá sombra aos carros estacionados. Na divisa com o terreno vizinho, as casuarinas gemem por causa do vento forte e contínuo. Algumas são caprichosamente aparadas, formando um muro divisório com o terreno vizinho. Os hibiscos de várias cores, os imbés e outras tantas plantas deixam tudo mais agradável e convidativo.
 A casa é de madeira, pintada de azul e branco, uma grande varanda lateral, dois banheiros e uma grande cozinha,  uma sala pequena com uma velha TV de tubo e um sofá. Nos quartos os mosquiteiros são uma prioridade para que ninguém seja devorado pelos famintos carapanãs.

 ESSE É O´MIRA-BUNDA, DE ONDE SE FICA OBSERVANDO  A MARÉ, OS CARROS E AS MENINAS DE BIQUINE
                                       A TAÇA DA FELICIDADE DA MAISSARA
                                               FAZENDO NOVAS AMIZADES
                        TAPIOCA MOLHADA COM LEITE DE COCO NO CAFÉ DA MANHÃ
         CARRO ATOLADO NO BARRO SUPERFICIAL E A TENTATIVA DE REBOCÁ-LO.
                                                     E A MARÉ ESTÁ SUBINDO.

 OLHA O PORTÃO QUE CAIU SERVINDO DE RAMPA PARA OS CARROS. AO LONGE VEÍCULOS E  PESSOAS. A MARÉ BAIXÍSSIMA

                                         PUXANDO MAIS PEIXES PARA O JANTAR

  A URITINGA, PARECE UMA ESPÉCIE DE BAGRE,  FEZ A ALEGRIA DOS PESCADORES
                                         O MANGUE, NOS FUNDOS DA CASA
                                              MARÉ ALTA, CHEGANDO NA PORTA

               MARÉ BAIXA , BEM RECUADA, MOSTRANDO EXTENSA FAIXA DE AREIA.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

BELÉM - INDO PARA SALINÓPOLIS


" As pequenas viagens nos dão grandes prazeres, sabedoria, estímulo..."

A conversa se prolongou até muito tarde. Fui para cama já  mais de

meia noite e o Danilo mais de uma hora da manhã. A Leticia e Felipe
ficaram  rindo das nossas melhores lembranças da juventude, das nossas
fotos em preto e branco dos anos 60  e as que eram coloridas, já bem
avermelhadas pela ação do tempo...


O David se encarregou das provoletas que foram servida  com a focácia macia perfumada de alecrim. A cerveja gelada, a cachaça de alambique e tanta saudade administrada durante quase 40 anos, acabaram em algumas lágrimas e muitas risadas. Emoção e alegria costumam causar esses sintomas em pessoas com mais de 60 anos.



Às 5 horas, em plena madrugada, todos de pé, começamos a carregar os carros e tomar café.
Cada um buscando o seu remédio pra alguma coisa. Isso é próprio da nossa faixa etária...
As mulheres, no carro do Letícia, dirigido pela Heddy e, na camionete, os homens, com o David na direção.
 A saída de Belém foi meio caótica. As obras do BRT estão atrapalhando bastante o trânsito. É época de férias e todo mundo está indo para a praia.
Em Ananindeua, município da Grande Belém, o tráfego estava intolerável com intenso movimento  de caminhões e carros, motos e bicicletas.
Todo percurso é muito plano, pastagens, gado nelore,  grandes áreas de reflorestamento, plantação de frutíferas e os açaizais, que predominam por ali.




Os municípios paraenses têm grande extensão territorial, mas são pobres e sem infra- estrutura. As casas são características da região, são feitas de madeira ou alvenaria sem reboco. As pessoas ficam ali, bem na beira da estrada, vendendo frutas coloridas, camarões, mel e castanhas nas barraquinhas de madeira. Alguns vendedores ficam deitados em suas redes, ouvindo música e aguardando os clientes

 E vão se sucedendo as cidades, como Santa Luzia, Santa Isabel, Capanema...



                                Esta árvore de toranja carregada de enormes frutos me encantou . 


A parada no Celeiro foi espetacular. Verduras orgânicas produzidas ali mesmo por meio de hidroponia, frutas, biscoitos, produtos da Amazônia, geleias e muito mais. Empadinhas, folhados, pastéis, tortas e pão de queijo, tudo da melhor qualidade....Os pequenos potros encantam as crianças, que correm por toda a área. Bom gosto na decoração e um excelente atendimento nesta que é a parada obrigatória para quem se dirige à Salinas. 



A partir de Castanhal a estrada deixa de ser dupla, mas o trânsito diminui bastante.

As barraquinhas ganham outras mercadorias como o milho e a pamonha. 


As pessoas balançam compulsivamente uma espiga seca espetada em uma vara.

Pra cima, pra baixo, pra cima....



A fiscalização nos parou e depois fomos novamente parados por uma campanha de Paz no Trânsito... Um grupo de teatro, tentava com bom humor, convencer o motorista a ter cuidado responsabilidade na
direção.



Finalmente chegamos a Salinópolis  por volta da hora do almoço e nos impressionamos com a imensidão da praia.Com a água alta de setembro as raízes do antigo mangue aqui da frente da casa afloraram e estão por toda a praia.E os carros param em plena areia. Alguns ficam atolados na lama pegajosa do mangue, que fica sob a areia em alguns pontos.


O muro da   caiu junto com o portão, a cerca e um belo coqueiro.

O almoço foi preparado com carinho pela irmã e sobrinha do David, que já nos esperavam.


Dormimos na rede no mira-bunda durante horas....
Mira-bunda é um espaço bem junto à entrada da casa construído com esse fim..... ver as meninas de biquine, na praia em frente.


         Bem ao por-do-sol o David passou uma rede de cem metros e puxou de arrasto junto com o Tião.


                    Trouxeram seis corvinas e quatorze pratiqueiras, pequenas tainhas ovadas e deliciosas....




 Os peixes dourados na brasa foram devoradas entre goles de cerveja abraços e risadas, aproveitando a brisa que vinha do mar.

Fotos de todos esses momentos especiais serão nossas lembranças desses dias tão especiais em nossas vidas.