Este é o título de uma crônica do Affonso Romano de Sant'Anna, publicada no Jornal Estado de Minas , em 26/08/2007
Não pude me conter ao ler a descrição da viagem do cronista que percorreu o mesmo roteiro que nós, em maio de 2005. Então lhe enviei um e mail, que ele gentilmente respondeu.
Ele diz que "quando a gente viaja, deveria, como a jibóia, na volta, ficar à toa só digerindo o que assimilou." E não é que ele tem toda a razão? Como não ficar pensando, revendo fotos, contando para os amigos mais pacientes as nossas experiências de turista? O que comemos, como vivem os povos de tão longe, quais as dificuldades que encontramos com a língua, com os costumes, que o frio é inacreditável, o medo do desconhecido, as risadas que demos, as gafes cometidas?
Eu tenho o hábito de fazer um diário de qualquer viagem, por mais curta que seja. E isso é interessante, principalmente porque passado algum tempo, pequenos detalhes nos escapam. A memória falha e perdemos aquilo que nos foi tão prazeroso naquele momento. Estando registrado podemos novamente viajar, sonhar, rir das bobagens acontecidas, nos emocionar outra vez.
Todo o esplendor de São Petersburgo, o fantástico Museu do Ermitage, as fortalezas, as cúpulas douradas dos palácios e catedrais, o azul profundo do Rio Neva, as praças monumentais e toda a história russa me voltou à memória ao ler a crônica do Affonso Romano. Reli então, com carinho, as minhas anotações e me deliciei ao recordar a magnífica viagem que fizemos, conhecendo os caminhos do Báltico, sentindo no rosto os ventos gelados vindos do Pólo Norte e vivenciando dias que não acabam nunca, pois só escurece depois da meia-noite e duas horas depois já começa a clarear o céu do outro lado do mundo.
Com certeza, a melhor viagem sempre será a próxima.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário