"Pra que lado sopra o vento? É uma brisa.
Arejado frescor, de orquídea em flor."
Volta e meia ganho um vaso de orquídeas. Adoro, mas não entendo nada dos mistérios dessa flor tão complexa quanto bela.Nosso amigo pantaneiro, incentivou-me a começar organizá-las. Então prendi algumas numa árvore grande que tinha bem na frente daquela rampinha que dá acesso à minha varanda. Raramente elas floresciam. Assim mesmo, timidamente, lá no alto. Não dava pra sentir seu toque aveludado, seu perfume exótico, sedivertir tentando encontrar uma figura no seu miolinho. Num dia de tempestade essa árvore rachou e precisou ser derrubada. Meu filho, de improviso, retirou as orquídeas, prendeu de qualquer jeito em alguns pedaços de xaxim e pendurou-as debaixo da minha cerejeira, na parede dos fundos da casa. Para nossa surpresa elas adotaram aquele lugar como sua casa e começaram a dar muitas e lindas flores. Sempre tenho um vaso florido. Fico toda orgulhosa! Elas não dão trabalho. O suspense é grande quando descubro algum botão. Demoram meses para desabrochar e mostrar suas cores e perfume. Nunca sei como serão as flores. Grandes? Pequenas? Brancas? Rosadas? Agora mesmo estou de olho em duas que, daqui há um tempo, vão me surpreender com toda a certeza.
Uma, bem pequena, meio esverdeada, delicada como ela só, tem cheiro de Gelol, uma outra exala forte aroma de chocolate e , vejam só, é marronzinha como uma barrinha da Nestlê...
Na Clínica de Fisioterapia tem um senhor, o nome dele é Paulo, que conversa muito comigo durante os penosos exercícios e tem me ensinado alguns segredos dessas plantas. Uma gosta de água gelada, outra, se polvilhada mensalmente com canela em pó fica mais perfumada, outra não suporta umidade, aquela tem de ser mantida longe de qualquer tipo de terra... Caprichosas, as mocinhas! Começo a colocar em prática o que vou aprendendo. Só não consigo, e acho que também não quero, saber nomes, famílias e gêneros... Sou amadora.
Essa semana mudei algumas para vasos e cestas, usando argila expandida, gravetos de pinho, farinha de osso e torta de mamona. Fiquei espantada ao descobrir que já tenho mais de vinte vasos... Vou começar a fotografá-las para saber qual é qual. Aí não vou mais ter tanta dúvida. E, com certeza, o elemento surpresa vai acabar. Será que vale a pena?
Esse texto vai para o João, que lá no Pantanal, cultiva tão belas flores. E para o senhor Paulo, paciente professor dos caprichos dessa flor ...
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Um comentário:
Ju,
é um passatempo apaixonante e...viciante.
Minha mãe adorava flores e orquídeas em especial e as cultivava assim como você.
Mesmo assim ficava desapontada quando meu irmão passsava perto de Corupá (aqui em SC) e não parava para levar uma muda nova para ela.
Telefonava para as amigas, convidando para ver a flor nova que saía.
Alegrias perfumadas.
Beijo,
Yara
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