Ontem foi dia de navegação. O assunto foi Tenerife e seus encantos.
Hoje, por volta das 6:30h eu já estava no décimo segundo andar do navio tentando sentir o território africano. O movimento do porto já se fazia notar. Milhares de containers amontoados, gruas gigantescas, caminhões transitando sem parar, dezenas de ônibus aguardando os turistas. O único navio de turismo era o nosso, mas não sei precisar quantos cargueiros e petroleiros estavam ali aportados.
Depois da burocracia e espera inevitáveis para o desembarque de mais de 2500 pessoas fomos para o ônibus da excursão contratada. Algumas pessoas optaram por Rabat, capital do Marrocos. Outras por Marraquesh, que fica há três horas daqui.resolvemos conhecer a Grande Mesquita de Hassan II e um pouco da cidade de Casablanca.
Um dos guias estava vestido como bom mulçulmano, ou outro, mais jovem, chamado Nabib falava espanhol e, com bastante simpatia, nos apresentou a metrópole fundada por portugueses em 1515..
Casablanca possui um regime de Monarquia Constitucional. O Rei Mohamed VI é jovem, quarenta e poucos anos, e amado por seu povo.
Marrocos foi um protetorado francês de 1912 até 1956.
Logo ao sair do porto o calor já estava muito forte. O ar, empoeirado, deixa a grande cidade meio que envolta numa leve névoa avermelhada. Todas as ruas exibem palmeiras das Canárias, altas e lindas, carregadas de frutos. As avenidas são largas e o trânsito confuso. Todos dirigem para si. Quase todos os carros apresentam algum amassado na lataria, buzinam bastante e não se mantém em sua pista. Loucura! Carros extremamente luxuosos se contrapõem aos calhambeques que circulam junto com motos de todas as idades, o que aumentam mais ainda a confusão . São cinco milhões de habitantes na cidade de Casablanca e 33 milhões em todo o país.
Os homens do Marrocos podem se casar com até quatro esposas. A poligamia é bem aceita no país.
O país é essencialmente agrícola. O mais importante produto de exportação é o fosfato.
O guia falou muito do óleo de Argan, produzido unicamente aqui no Marrocos e largamente usado a indústria de comésticos. O óleo promete a eterna juventude.
São cinco as igrejas cristãs, frequentadas pelos europeus, que moram aqui. Vimos duas elas externamente.
A Mesquita de Hassan II é indescritível. Por mais que eu tente descrevê-la com fotos ou palavras, adjetivando o máximo possível a arquitetura, a grandiosidade, a arte ali contida, ainda assim, não chegaria nem perto da realidade. É a terceira maior Mesquita do mundo, perdendo apenas para a de Meca e a de Medina. Seu minarete, com 210 metros de altura, é o mais alto do mundo e cumpre a função de farol para o porto. A construção da Mesquita terminou em 1993 e demorou apenas 6 anos, o que é impressionante, visto as proporções do conjunto arquitetônico. Treze mil artesãos e três mil pedreiros trabalharam na obra, que foi financiada em parte pelo governo e em parte pelos fiéis.
O templo comporta oitenta mil pessoas na sua área externa e mais de vinte mil em seu interior.
A emoção de estar ali, de ver tamanha beleza, levou-me às lágrimas. Acredito que jamais estive em lugar tão grandioso, apesar de conhecer grandes palácios e catedrais. É realmente fantástica! Magnifica!
O teto retrátil, deixa à mostra o céu marroquino e a ponta do grande minarete, todo trabalhado em mosaicos de mármore onde predomina o verde. Esse teto é inteiramente feito em cedro das montanhas, em tons de marrom, dourado e vermelho.
O piso, coberto em parte por tapetes, tem um belíssimo trabalho em mármoré italiano e espanhol. As colunas que sustentam a Mesquita são em granito. Não há uma imagem ou representação do Profeta Maomé ou qualquer outro. Versos do Corão estão gravados em ouro por toda a parte.
Na parte superior, toda cercada por divisórias de cedro ricamente trabalhado ficam as mulheres. Há lugar para cinco mil. Portas imensas magníficamente entalhadas vão separar as mulheres, tapetes riquíssimos servirão aos homens, que neles se ajoelharão, tocarão o solo com a testa, sempre voltados em direção a Meca e agradecerão a Alá por tudo que têm.
Ficamos na Mesquita por mais de uma hora. É pouco! Muito pouco.
A Casa do Pachá, que é o Presidente do Conselho da Região de Casablanca, é um Palácio primoroso. Pátios internos com laranjeiras carregadas de frutas, paredes e colunas totalmente trabalhadas em madeira e gesso no mais puro estilo mourisco encantam os turistas, ávidos por informações.
De lá fomos para o Palácio Real, que só pode ser visto pelo lado de fora. Queria vê-lo por dentro, pois ali viveu Malika Ofkir, a prisioneira do Rei ( leiam o livro, vale a pena). Um dia ainda falo sobre esse livro aqui no Blog.
Fomos então para o Gran Bazar.... Meu Deus! Que confusão!
Peças em latão (?) ricamente trabalhadas, cerâmicas, roupas locais, xales, bijous, cerâmicas... Tudo junto e misturado. Os árabes olham as mulheres de uma forma estranha. Ameaçadora???? Sei lá. É meio esquisito.... Consegui comprar uns xales, mas foi só... E o vendedor queria gorjeta. Pode, uma coisa dessa????
Num bar ao lado, homens, muitos homens e pouquíssimas mulheres, tomavam café e água... Só!!!! Álcool não é bem visto pelos mulçulmanos.
Voltamos para navio depois de vivermos uma experiência totalmente incrível. Esse dia será para sempre o dia deCasablanca.
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