"Nunca se deixe abater pelas despedidas. São indispensáveis como preparação para o reencontro. E é a certeza que os amigos se reencontrarão, depois de algum tempo ou de toda uma vida". Richard Bach
A viagem pra Belém foi maravilhosa. A realização de um sonho sonhado durante 40 anos. A recepção foi incrível e as lágrimas inevitavéis. David e Calixto nos buscaram no aeroporto que é moderno e movimentado.
AEROPORTO JÚLIO CEZAR RIBEIRO ( também conhecido como Val de Cans)
Tudo em Belém é perto. 12 km e, em poucos minutos, já estávamos na Travessa professor Moraes, onde a Heddy e o David moram há mais de 30anos, .
Abraços emocionados e logo parece que voltamos no tempo. A impressão que nunca nos separamos. Estamos literalmente, em casa. O apartamento é amplo, arejado e repleto de plantas lindas e muito bem cuidadas. A decoração tem a marca da dona. Bom gosto, praticidade e detalhes em todos os cantinhos. O almoço nos brindou com peixe da Amazônia e camarões com queijo de búfala. Perfeito! A Tila é ajudante da Heddy há anos e tem a manha da cozinha paraense. Nasceu em Marajó e agora tem a Érica que a está ajudando para receberem os hóspedes das Minas Gerais com pompa e circunstância.... A sobremesa de pavê de cupuaçu comprovou que os sabores paraenses estão acima do bem e do mal....
Na varanda , a cerveja Cerpa animou a conversa dos amigos de fé. Combinamos sair mais tarde, mas a preguiça e o aconchego da casa, aliados ao cansaço da viagem nos mantiveram em casa conversando até altas horas. As fotos dos áureos tempos de Belo Horizonte, da IPUC, dos piqueniques memoráveis, das crianças - hoje casadas - dos duros tempos sem grana e tantas recordações de uma vida inteira, novamente misturaram lágrimas e risadas incontroláveis. O calor de Belém é úmido e sufocante. A vista da enorme varanda do apartamento é linda...
Arrumamos uma bagagem mais leve, pois teremos de acordar às 4 horas da madrugada, quando uma van virá nos buscar. Vamos em busca das belezas e mistérios da Ilha do Marajó...
Levantamos exatamente às quatro horas. Os pobres dos anfitriões se sentiram na obrigação de nos dar apoio moral e deixaram a cama no meio da madrugada. Não basta ser amigo, tem de participar.
A van da Mururé (o nome é de uma planta aquática, de belas flores lilases) nos pegou na hora marcada e a guia Paula, super simpática, nos deu várias informações sobre os passeios de hoje. Passamos por alguns hotéis para apanharmos os outros viajantes e logo já estávamos no porto. Uma verdadeira multidão aguardava o barco para irmos até Salvaterra. As pessoas, na sua grande maioria, possuem as características dos caboclos da Amazônia. Gente simples, mas que aguardam sua vez tranquilamente, sem empurra-empurra, brigas ou confusão. Nós quatro pegamos logo a fila preferencial, seguindo as orientações da Paula . É a fila dos mais sábios ...Embarcamos com direito à sala VIP. Subimos para o segundo andar do barco e nos sentamos. Danilo questionou a tal sala VIP. Nada de mais, meio fuleirinha, mas ...vá lá...
De repente, nos lembramos de uma porta de madeira que foi mencionada pela Paula.... Ah, bom!... Achamos a sala VIP real. Cadeiras estofadas e confortáveis, guarda volumes, ar condicionado e TV.
São três horas de travessia. Em linha reta, Salvaterra fica há 83 Km De Belém. São rios que se entrelaçam e se misturam, sofrem a interferência das marés e têm a grandiosidade surpreendente dos rios amazônicos.
Não adianta ler sobre essa região, ver filmes ou se informar pela Internet. A Amazônia é única e para se ter uma ideia do que é tudo aquilo, só mesmo indo até lá.
O sol forte lá fora mostra que o calor vai ser de matar. A paisagem é em todos os tons de verde e azul que existem e a cor das águas carregadas de sedimentos da floresta é indefinida.
O sol forte lá fora mostra que o calor vai ser de matar. A paisagem é em todos os tons de verde e azul que existem e a cor das águas carregadas de sedimentos da floresta é indefinida.
A Ilha do Marajó é uma ilha marítima-fluvial, e fica em meio às águas dos Rios Amazonas, Tocantins e tantos outros que buscam o Oceano Atlântico.
O SOL FAZ DE PRATA O GRANDE VOLUME DE ÁGUAS DA BAÍA DO GUAJARÁ
Várias vezes a Paula se acercou de nós dando informações preciosas sobre Marajó e toda essa rica região ainda tão desconhecida pelos brasileiros. Nos orientou para que não tivéssemos pressa, que fôssemos os últimos a desembarcar no porto de Camará em Salvaterra e que apreciássemos o movimento, da sacada do terceiro andar do barco.E foi isso o que fizemos...
Na van que nos esperava no porto, com uns quinze minutos por uma estradadinha asfaltada há tempos, chegamos à Pousada dos Guarás. Grande área gramada e ponteada de chalés amarelos, distantes uns dos outros, coqueiros de inajá, bougainvilles, recepção avarandada e o sol forte... muito forte.
A Praia Grande de Salvaterra nos chamou e fomos pra lá em busca da brisa e de uma cerveja Cerpa para amenizar o calor sufocante. E nada do atendente aparecer no quiosque . O jeito foi apelar para o self-service...
A praia é de rio, mas só se alguém lhe disse você vai acreditar, pois a maré sobe e desce, e as ondas são respeitáveis. O rio é o Paracauari que é empurrado pelo mar que está há quilômetros dali... Nesse momento essa enormidade de praia está praticamente deserta, o que dá uma sensação bastante estranha a quem não está acostumado à grandiosidade dessas paisagens. As árvores retorcidas características do mangue estão por toda a parte.
Os quartos demoraram demais a serem liberados e acabamos saindo atrasados para a excursão...
Percebe-se que o número de funcionários da pousada é insuficiente para o atendimento na alta temporada. Os quartos são amplos e confortáveis e ficam em chalés com dois apartamentos cada. Tudo bem rústico... Todos têm nomes de pássaros da região.
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