" Viajar, portanto, é uma jornada àquela famosa zona subjetiva, a imaginação..."
Desde sempre o prazer de viajar mora em mim. E há muito não tenho exercitado essa minha alma cigana. Dia 27 de dezembro saímos em excursão, em ônibus-leito, para um grande passeio pelas Serras Gaúchas. De ônibus? Mais de três mil quilômetros entre a ida e a volta? Isso mesmo... Só assim nos livramos dos aeroportos recheados de passageiros estressados e podemos apreciar a paisagem, que veio de brinde, quando compramos o "pacote". Sempre que viajo, faço um diário, onde vou anotando o que vejo, o que sinto, o que ficou sem ser feito, o que comi, quem conheci... Pensei que dessa vez seria diferente. Já vou colocar tudo no Blog. É mais moderno, mais interessante e em tempo real. Bem.... isso daria certo se os computadores dos hotéis estivessem funcionando, se houvesse lan house por perto ou se o ciber-café fosse acessível. O jeito foi apelar pra velha cadernetinha e a caneta BIC, que sempre funcionam e nunca nos deixam na mão. Nosso primeiro objetivo é alcançar Curitiba. A estrada Fernão Dias está razoável, mas em alguns trechos os buracos acordam quem está dormindo. A Régis Bittencourt, entre Registro e a capital paranaense também está bem estragada, mas a beleza da paisagem nos faz esquecer o desconforto. O dia claro, deixa entrever trechos bem preservados de mata Atlântica, semeada de flores rosas e brancas, chamadas pelo guia de Manacá da Serra. O Parque Estadual do Jacupiranga, mesmo envolto em neblina nos encanta. Os enormes caminhões dos grandes frigoríficos passam por nós às dezenas, devagarinho, por causa das inúmeras curvas da estrada e do aclive acentuado. A represa de Capivari , rodeada de grandes árvores e muito verde nos mostra que a Serra do Mar ainda tem salvação... Curitiba é uma linda cidade. Limpa, população educada, sistema de transporte público invejável. É chamada de cidade modelo com toda razão. A guia local, Laura, deu uma aula sobre a história da cidade e nos levou para conhecer o jardim botânico da cidade. Que espetáculo! Jardins ingleses (franceses?) lindíssimos. O Palácio de Cristal, em toda sua imponência, abriga espécies botânicas que não resistiriam ao rigoroso inverno de Curitiba. O sol forte não intimida os casais de quero-quero que fazem seus ninhos em pleno gramado e defendem seus graciosos filhotes com corridinhas desengonçadas pra cima dos visitantes. De lá fizemos um passeio pela Ópera de Arame, Pedreira Paulo Leminsky e Parque Tanguá. Tudo muito bem cuidado, com boas informaçãoes para o turista. Vê-se claramente que a cidade é organizada e que tem seu sistema de segurança e transporte funcionando como em poucas cidades brasileiras. O Hotel Paraná Suite fica bem próximo do Shopping Estação, onde a imponente fachada da antiga estação ferroviária foi preservada, com seus relógios enormes, dando um toque europeu àquela região da cidade.
Fomos andando até à Av. XV de Novembro, antiga Rua das Flores, onde já ficamos hospedados há mais de 30 anos. Entre um chope e outro, observamos o bondinho vermelho, onde nosso filho, hoje com 32 anos, brincou de desenhar e colorir. Foi como viajar ao passado...
Jantar em Santa Felicidade, no Ristorante Siciliano foi uma volta à Itália. A fachada reproduz as colunas do Forum Romano, o vinho da casa é muito frutado e doce. Não deu pra encarar. O cantor se esforçou para ser ouvido entoando cançonetas clássicas do sul da Itália, mas foi em vão. Os turistas barulhentos, o barulho dos pratos, os garçons apressados...
No final já estávamos escutando o chamado da cama, que atendemos de bom grado. Amanhã mais uma longa jornada nos espera...
Esse post vai para o Luisinho, guia da São José, que transformou nossa viagem num maravilhoso passeio com os amigos. parabéns pelo profissionalismo, competência e companheriismo.
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