Depois do susto de ontem, saímos pra Itacaré um pouco ressabiados. São 75Km distante de Ilhéus. O tempo feio, com um frio considerável para terras bahianas e um chuvisco que prometia acabar com a nossa alegria. Mas a guia nos garantiu sol em Itacaré. E foi o que aconteceu. A estrada atravessa um bom trecho de Mata Atlântica. Placas avisam sobre a travessia de animais silvestres e,para justificar as tais placas, um mico-estrela deu o ar da sua graça bem na frente da van que nos levava, obrigando o motorista a diminuir a velocidade. É nessa reserva que ainda se encontram exemplares do mico-leão dourado.
A Praia das Conchas é pequena, ladeada por pedras batidas pelo mar, muito azul. Sargaço espalhado pela areia branca, água fria e fortes correntes do rio que deságua por trás das pedras. Dá pra ver a força com que a água entra no mar, o que não nos animou muito a enfrentar mais esse desafio. A paisagem belíssima lembra aqueles antigos calendários... ou postais, sei lá... A barraca é bastante simples, o banheiro é um caso à parte, a demora no atendimento é folclórica, mas a hospitalidade bahiana fala mais alto e tudo é esquecido depressinha...
Comemos um bobó de camarão muito bem feito com uma pimentinha "arretada" e seguimos , já na parte da tarde, para conhecermos as paradisíacas praias do Resende e da Tiririca. Coqueirais deixam vislumbrar por entre seus troncos, o mar azul, revolto, entre pedras e espuma branca. Realmente, Itacaré vai ser, dentro de pouco tempo um point de gringos, que, apesar da falta de infra-estrutura, já gostam do lugar. As ruas não são calçadas, há lixo por toda a parte e as pousadas, centenas delas, são bastante simples. Os resorts, esses sim, oferecem luxo e sofisticação para quem pode pagar até dois mil Reais a diária. A guia Janete nos deixou na rua do comércio, para encontrarmos com ela na Praça dos Cachorros, alguns quarteirões abaixo. Quase tudo fechado, alguns poucos e pequenos restaurantes abertos, um artesanato aqui, outro ali, sorveteria, doceria... e só. Na praça, consegui, finalmente comprar a geléia de cacau que eu tanto queria. Logo que embarcamos eu dormi pra acordar já em Ilhéus, na fábrica de chocolates. Caríssimos! O de castanha do Pará custava cento e dez reais o quilo.... Nem me atrevi.
Um breve descanso no hotel e fomos de van para o famoso Bataclã, tão bem descrito por Jorge Amado em Gabriela Cravo e Canela.
A construção antiga, da época de ouro do cacau, abrigava as raparigas vindas do Rio de Janeiro e de outros países e que era dirigida pela famosa Maria Machadão. O lugar, muito bem decorado, como se fosse realmente um bordel, brinda os presentes com a encenação de um diálogo entre um coronel do cacau, duas prostitutas e a dona do lugar. Caracterizadas e bem à vontade as raparigas brincam com os turistas e vão contando as peripécias dos deliciosos personagens de Jorge Amado. Há vários ambientes, restaurante fino, o quarto de Maria Machadão ainda com alguns móveis e objetos originais, a charutaria, o bar, lojinha de lembranças e banheiros muito bons. No divertimos muito e por volta de meia-noite já estávamos no hotel, para um descanso merecido.
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