" As viagens são na juventude uma parte da educação e, na velhice, uma parte da experiência." Francis Bacon
Acordei por volta da 5:45h, me vesti rapidamente e rumei pra praia. Catarina e Jodauro já estavam à espera do espetáculo que o sol ia oferecer de graça pra todos os hóspedes do hotel que estivessem dispostos a sair da cama bem cedinho. Esse espetáculo tem hora marcada e não tem condição de ser adiado....
Apesar de uma nuvem inconveniente que teimava em ficar na frente do astro rei, pudemos apreciar não só a beleza de uma magnífica praia totalmente deserta, como observar os inúmeros pássaros que faziam revoadas nesse horário: Andorinhas, mergulhões, maritacas, martins pescadores e muitos urubus...
Ali perto, há um ninhal dessas grandes e incompreendidas aves que saem às centenas, em busca de alimentos. Segundo um morador os urubus comem os peixes mortos pela mistura de água doce e salgada e que ficam espalhados na areia. Quando não há fartura de peixes e restos do matadouro em Soure, eles comem os coquinhos inajá e outra pequenas frutas comuns.
Aos poucos o sol coloriu todo o céu e por ali ficamos mais um pouco de tempo, tentando fotografar o privilégio de estar em Marajó naquele momento...
PRAIA DE RIO. ACREDITAM?
Depois do café e do mingau de tapioca, fomos ver os búfalos, Jacó e Colega. São de duas raças distintas, Jacó tem vinte e três anos e os chifres enormes, voltados pra baixo, é um Jafarabadi. Colega e bem menor, tem 13 anos e os chifres voltados pra própria cabeça e é um Murrah.
O dono, Ronaldo, ficou conversando sobre a Ilha, o clima, o regime das chuvas e os búfalos, seu ganha-pão. Afinal tomamos coragem e montamos no bicho. Jacó, de tão dócil, chega a se ajoelhar para facilitar a subida do cliente.
Subi com certa dificuldade, mas é inacreditável ver um bicho tão grande, se deixar montar como se fosse um um cavalinho de trote, daqueles bem mansos.
Catarina chamava por Nossa Senhora do Perpétuo Socorro a cada balanço do búfalo. E ria de tão feliz, apesar do medo estampado no rosto.
O almoço foi ótimo, com o filé à marajoara, coroado com muçarela de búfala bem derretida e dourada para nos despedirmos. Delicioso!
Logo a Paula estava de volta e pontualmente nos pegou para levar ao Porto de Camará, onde embarcaríamos de volta à Belém...
A Pousada dos Guarás e a Ilha do Marajó ficarão gravadas em nossa lembrança, para sempre...
A chegada ao porto e o embarque sempre é um pouco confusa por causa do grande número de pessoas , mas tudo de forma ordeira e sem tumultos ou gritaria. Dessa vez o barco é um pouco maior.
Da amurada ficamos observando o movimento. Um grande chiqueiro à beira d'água, embaixo de uma grande construção e um trise porquinho, já embarcado em um pequeno bote.
Vendedores de abacaxi fatiado, cafezinho, tapioca molhada na folha de banana, gringos vermelhos de tanto apanharem o sol na linha do Equador, gente trançando entre as bagagens... Nesse barco não há bagageiro na sala VIP, mas ninguém se importa com isso. Danilo "ajudou" a menina morena marajoara, a vender as tapiocas. Segurou a vasilha enquanto ela, descansadamente, atendia a todos os clientes VIPs...
Heddy e David nos esperavam com um belo jantar, a Cerpa gelada e o abraço caloroso.
A salada de macarrão com frango defumado e a torta de batata com camarão foram finalizadas com sorvetes de frutas do Pará. Maravilhoso esse jantar!
Rimos demais com as histórias das dores de barriga que acometem uns e outros em todas as oportunidades possíveis.... estar junto de amigos é sempre motivo de riso fácil!
Amanhã começaremos , de fato, a conhecer a cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará!
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